1 de junho de 2013

Refletindo o Evangelho de Domingo.

IX Domingo do Tempo Comum – 02/06/2013

"Eu vos declaro que nem em Israel encontrei tamanha fé."
 (Lc. 7,9b)


No domingo, voltaremos ao Tempo Comum, e no Evangelho de São Lucas, nos é mostrado que Jesus Cristo volta à cidade de Cafarnaum e é procurado pelos anciãos judeus, que trazem o recado de um oficial romano que não se acha digno de ir pessoalmente ao seu encontro. E o recado é um pedido para que Jesus Cristo cure um de seus empregados, por quem tem grande estima.
O evangelista diz que Jesus Cristo se admirou muito, e vamos ver por quê.

Os romanos que viviam na Palestina, naquele tempo, eram as autoridades políticas da região, Roma dominava cada cidade e tinha um oficial que era dono daquela terra, e dispunha de soldados preparados para seguir as suas ordens.
Os judeus tinham seus líderes religiosos, mas estes eram subordinados a autoridade romana, por isso, até para construir uma sinagoga, quem tinha o poder de autorizar era o oficial romano.

Cafarnaum era privilegiada, pois contava com um oficial que tinha enorme simpatia pelos judeus, e isso era muito incomum para a época.

O que deixou Jesus Cristo admirado foi o fato de que este oficial poderia ter usado do poder, que lhe fora concedido, para ordenar que trouxessem Jesus Cristo ao seu encontro, a fim de resolver os seus problemas pessoais, mas não era isso que o oficial queria... Ele queria pedir a Jesus Cristo que viesse a sua casa para salvar a vida de um de seus empregados, que estava morrendo.

Porém o oficial não se achava digno nem de ir ao encontro d’Ele, nem que Ele entrasse em sua casa!
Jesus Cristo ficou tão admirado com isso, que chegou a dizer: "Eu vos declaro que nem em Israel encontrei tamanha fé."

Vamos, agora voltar para a nossa realidade... Cada um de nós tem um certo grau de autoridade, uns mais, outros menos, uns têm autoridade para iniciar uma guerra mundial; outros têm autoridade para comandar um país, um estado, uma cidade, uma multinacional, e têm dinheiro e influência suficiente para satisfazer todos os seus desejos; e outros, ainda, têm autoridade pelo menos na sua casa, sobre seus filhos, sobre seu grupo, sobre seus amigos, ou pelo menos sobre si próprio.

E por esse mínimo poder que lhe é dado, já se acha tão importante, que nem se vê mais precisando de Deus. Imagine Jesus Cristo chegando na sua cidade, querendo falar com você, mas… você se acha tão importante que teria que ver um horário na agenda pra ver se poderia recebê-lo.

É absurdo? Pois acredite: você faz isso, eu faço isso... E incontáveis vezes nem cheguei a encontrar um horário pra Ele, e a "audiência" teve que ficar pro outro dia, ou pra outra semana, enfim, p’ra uma hora que eu tiver um “tempinho“.

Se tivéssemos a fé daquele oficial, que acreditou sem nem precisar ver, nós nos sentiríamos indignos de recebê-lo. Mas Ele é quem quer habitar em nós! Jesus Cristo entrou na casa do fariseu, do cobrador de impostos, dos pobres, entraria na casa do oficial romano, e entraria na nossa também...

"Eis que estou à porta e bato, se abrires a porta, entrarei, sentarei à mesa contigo, e cearemos juntos."

Fabiano Camara Bensi

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