27 de fevereiro de 2015

Refletindo o Evangelho do Domingo

2º Domingo da Quaresma - Domingo 01/03/2015

"Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o!" (Mc. 9,7)

O tema central da Liturgia do II Domingo da Quaresma, Mc. 9,2-10 foi e continua sendo um acontecimento indescritível. "…Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte, e transfigurou-se diante deles… Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus." (Vs. 2; 3A e 4)
O Evangelista São Marcos chega a dizer: "Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal que nenhum lavadeiro sobre a terra as pode fazer assim tão brancas." (V. 3 )
Para os três Discípulos foi uma oportunidade preciosa, ímpar e de grande importância. Para humanidade, um acontecimento jamais visto: Jesus Cristo "Glorioso", "Resplandecente", embora se tenham ouvido falar a respeito de sua "Paixão e Morte".
Na "Transfiguração", Jesus Cristo aparece em toda sua Glória, como haveria de ser na sua vinda futura, seria um prenúncio e, para nós, uma garantia de "Ressurreição".
 Quando Jesus Cristo chamou os Discípulos para subir com Ele ao monte, certamente tinha um objetivo específico: encorajá-los diante de tudo que haveria de acontecer, afim de que eles fossem testemunhas oculares, por antecipação, do que mais adiante teriam de proclamar a Seu respeito.
No entanto: “Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do Homem houvesse ressurgido dos mortos.” (V. 9)
Foi, com certeza, uma das reuniões mais importantes que Jesus Cristo teve com os seus Discípulos, podemos dizer até que foi a verdadeira "Comunhão dos Santos":
·a presença de Deus Pai, quando disse: "Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o."(V.7);
·a presença de Jesus Cristo, no esplendor da Glória;
·a presença de Moisés, representando as Leis;
·a presença de Elias, representando os Profetas;
·e a presença do Núcleo da Igreja de Jesus Cristo;
– Pedro, de quem seria a responsabilidade de ser o primeiro a testemunhar a ressurreição de Jesus Cristo;
– Tiago, responsável pala formação das Comunidades;
– e João, o Evangelista que escreveria sob a Unção do Santo Espírito de Deus, tudo conforme testemunhara.
Hoje podemos crer e testemunhar fielmente que: Jesus Cristo é verdadeiramente o filho de Deus. Que nEle podemos confiar. Que ser Discípulo de Jesus Cristo é viver momentos de profunda exaltação espiritual e momentos de provação e angústia, por causa do Reino.
Pelo sacrifício de Jesus Cristo, não temos o direito de ficar somente no alto do Monte Tabor, na exaltação espiritual. Devemos rever os nossos atos de omissão ou medos e converter as nossas atitudes de comodismo e indiferença. E, como os Discípulos, descer, testemunhar, viver e implantar O Reino de Amor em todo lugar, no mundo em que vivemos, no nosso dia-a-dia.

“E… Eu os ressuscitarei no dia final!”
Fabiano Camara Bensi

19 de fevereiro de 2015

Refletindo o Evangelho do Domingo

1º Domingo da Quaresma – 22/02/2015

“… fazei penitência e crede no Evangelho.” (Mc. 1, 15b)
Estamos no 1º domingo do Tempo da Quaresma, que se inicia na quarta-feira de cinzas e termina às vésperas do Domingo de Ramos, já no início da Semana Santa.
Na Quaresma, relembramos os quarenta anos do povo de Deus no deserto e revivemos os quarenta dias que Jesus Cristo viveu no deserto, preparando-se para sua Missão. É, portanto, uma proposta, ou um tempo de nos consagrarmos mais à escuta da Palavra de Deus, à Oração à Esmola e ao Jejum e ao maior domínio de nós mesmos, para nos convertermos ao Cristo e ao seu Reino.
O Evangelho escrito por São Marcos (Mc. 1,12-15) nos apresenta dois episódios distintos, mas tem uma ligação muito grande entre si:
1º- após o Batismo, feito por São João Batista, o Espírito Santo de Deus conduz Jesus Cristo para o deserto: Aí esteve quarenta dias. Foi tentado pelo demônio e esteve em companhia dos animais selvagens. E os anjos o serviam.” (V.13) Foi, sem dúvida nenhuma, o resumo de todos os conflitos, perseguições e tentações que Ele haveria de passar e experimentar em toda a sua vida;
2º- ao sair Vitorioso do deserto, Jesus Cristo recebe a notícia da prisão de João Batista, inicia então, a sua atividade pública, começando na Galiléia: “’Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: ’Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: fazei penitência e crede no Evangelho.’” (V.15)
Em uma frase Jesus Cristo resume os quatro principais pontos da Sua Pregação ou Proposta de Salvação, onde dois deles estão relacionados diretamente a Deus, e os outros dois, relacionados diretamente conosco, o que se tornaria a partir de então, o que chamamos de…
“A Boa Nova Anunciada por Jesus Cristo!”
a)     Cumprimento da promessa: “Completou-se o tempo…”: o Tempo de Deus é o “Hoje” o “Agora” o “Já”. Para Deus não existe passado, nem futuro, pois Deus é o Senhor também do “tempo”;
b)    Garantia da Presença: “O Reino de Deus está próximo…; Deus se faz “Presente” na pessoa de Jesus Cristo, Ele está no meio de nós!”;
c)     Uma ordem: “fazei penitência…”; Jesus Cristo acabara de passar por uma experiência de “extrema tentação”… e Venceu! Penso que “fazer penitência”, é na verdade, “vencer” as tentações, em nome de Jesus Cristo, é lutar com todas as nossas forças, contra as ciladas impostas pelo “maligno”, como diz São Paulo: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além de vossas forças, mas com a tentação Ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela.” ( 1ª Cor. 10,13)
d)    Uma ordem: “e crede no Evangelho.” É uma exigência fundamental, pois só iremos entender as atitudes e as ações Misericordiosas de Jesus Cristo, se crermos realmente nas “Verdades do Evangelho”.
“Se creres verás a Glória de Deus!” (Jo. 11,40)
Fabiano Camara Bensi

11 de fevereiro de 2015

Refletindo o Evangelho do Domingo

6º Domingo do Tempo Comum - Domingo 15/02/2015

… tocou-o e lhe disse: Eu quero, sê curado."
Nesta fase do Ano Litúrgico, chamado de Tempo Comum, a Liturgia continua nos mostrando os acontecimentos comuns no dia-a-dia da Vida Pública de Jesus Cristo, ou seja, o seu contato com pessoas comuns, contato com fatos comuns do cotidiano do povo.
Em outras palavras, procura retratar Jesus Cristo na vida comum de cada um de nós. Neste sentido, o trecho do Evangelho, Mc. 1,40-45 nos apresenta a narrativa da cura de um “Leproso”.
“’Aproximou-se dele um leproso, suplicando-lhe de joelhos: ‘Se queres, podes limpar-me.’Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e disse:’Eu quero, sê curado’”.(V.40-41)
A compaixão é uma das características da pessoa de Jesus Cristo. Diante dos que sofrem todos os tipos de males, dos pecadores arrependidos, das pessoas necessitadas, de cidades e multidões abandonadas, Ele se compadece.
O coração d’Ele se sensibiliza e as lágrimas vêm-lhe aos olhos. Assim, Ele é “Aquele que É” e “Sempre será”, à imagem de quem todos nós fomos feitos.
E disse: “Eu quero, fica limpo!” Podemos imaginar os seus olhos, quando pronunciava estas palavras. Deviam estar cintilantes, passando para o leproso todo o Seu Amor e Seu Poder.
A mão de Jesus Cristo poderá ter repousado sobre a cabeça ou o ombro do leproso que estava de joelhos, poderá ter Ele tomado as mãos do enfermo entre as suas ou apenas tocado seu rosto chagado.
É bom lembrar que todos que eram acometidos de enfermidades incuráveis, como a “lepra”, por exemplo, estavam obrigados pela Lei de Moisés a permanecer a uma certa distância de qualquer pessoa para evitar o contágio, pois eram considerados impuros, e se tocasse em alguém, ou alguém os tocasse, também se tornaria impuro. O importante é que Ele o tocou e falou, e a lepra, imediatamente, desapareceu e ele ficou limpo.
Jesus Cristo, porém, dá de uma forma muito sutil, demonstração de que, em momento algum, queria desobedecer nem destruir a Lei prescrita por Moisés.
Ele a observou, mas não deixava de atender os clamores que vinham dos excluídos da sociedade: ‘“Jesus o despediu imediatamente com esta severa admoestação:’Vê que não digas a ninguém; mas mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela sua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho’”.(V.43-45)
Assim é o coração de Jesus Cristo, cheio de compaixão, pronto para nos curar. O nosso coração deverá ter o mesmo sentimento com relação ao irmão necessitado, deverá encontrar em nós a mesma compaixão que o leproso encontrou.
Deverão existir sempre mãos prontas para estender, num gesto de Amor, pela imposição das mãos e orar pela cura física ou espiritual de quem sofre. A Igreja, aliás, é pródiga em gestos concretos, de colocar as mãos sobre a pessoa que sofre, comunicando-lhe, os Sinais da Graça curativa de Deus, através dos Sacramentos.
“Meu Coração se compadece por ti!”
Fabiano Camara Bensi

5 de fevereiro de 2015

Refletindo o Evangelho do Domingo

5º Domingo do Tempo Comum – Domingo – 08/02/2015

“… pois para isso é que vim.”(V. 38 b)
O trecho do Evangelho de Jesus Cristo escrito por São Marcos, (Mc. 1,29-39) nos conduz a uma realidade do nosso dia-a-dia, comum às nossas famílias, apresentando-nos uma pessoa que padece duma doença aparentemente sem maior gravidade. E diz mais: foram incomodar a Jesus Cristo avisando que uma pessoa estava, simplesmente, com febre.
Ora, será que Jesus Cristo não tinha algo mais importante p’ra fazer, além de saber ou deixar de saber que uma pessoa qualquer, estava doente? Não era então, um despropósito levar a Jesus Cristo a notícia da doença da sogra de Pedro? Afinal, não era ele o Messias, o Filho de Deus? Então, porque importuná-lo com uma coisa tão simples e lhe dissessem apenas o importante?
A questão, porém, superava de longe o efeito demonstração. O que Jesus Cristo queria fazer, e efetivamente o fez, era ser solidário com as pessoas em sofrimento, era servi-las onde e quando fosse necessário.
Foi isso que se deu com a singela cura da sogra de Pedro. Bastou Jesus Cristo tocá-la tirar-lhe a febre para atrair para si todos os enfermos e possessos do demônio.
E assim, toda uma multidão abatida pela dor e, principalmente, pela falta de perspectivas, de fé e de esperança pôde, naquele momento aproximar-se de Jesus Cristo e livrar-se da fatalidade da doença e até da própria morte.
Igualmente importante foi o fato, de aquela mulher ter compreendido a lição: “ela se pôs a servi-los”. Poderia muito bem ter se esquivado ou simplesmente ter dito: “muito obrigada”. Mas não, renovada do corpo, da alma e do espírito, assumiu o serviço com a maior solicitude possível sem que lhe fosse pedido para tomar tal atitude. Com toda a certeza, a maioria das pessoas não atinava para a verdadeira Missão de Jesus Cristo.
Muitos, uma vez curados, voltariam à vidinha de sempre e só a custo de muito esforço de memória se lembrariam dum tal de “Jesus” que uma vez os curou. Fazendo isso, porém, estariam perdendo o essencial da obra de Jesus Cristo.
Seremos nós tão diferentes? Quando é, por exemplo, que nos sentimos impelidos a fazer aquela oração forte, aquela oração que, proferida em voz alta, dá a impressão de mover céus e terra? É quando vai tudo muito bem, obrigado? Ou é quando a saúde está ameaçada e o emprego está a perigo entre uma recessão à vista e a má vontade dum chefe?
Muitos de nós queremos Curas e Milagres, clamamos por isto e provavelmente todos nós precisamos realmente! Jesus Cristo quer realizá-los em nossas vidas, só que, muitas das vezes e quase sempre, queremos que sejam realizadas as obras, conforme as nossas vontades pessoais e impedimos que Ele realize conforme nossas necessidades.
Esperamos por resultados “espetaculares” aos nossos olhos, não parando p'ra perceber que, os verdadeiros Milagres acontecem no interior dos nossos corações; que sem dúvida, serão sempre acompanhados de Sinais de Deus.
Eu vim para que todos tenham Vida, em plenitude!”
Fabiano Camara Bensi